Nunca tive o sonho de conhecer Las Vegas. Aliás, para mim, os Estados Unidos se resumiam a apenas duas cidades que eu gostaria de conhecer: lá na frente da fila, São Francisco, na Califórnia. E beeeem lá atrás, New York. Até que um dia, do nada, dando uma bisbilhotada nas promoções do segundo blog que mais gosto na vida, Melhores Destinos, encontrei uma super e irresistível promoção para Las Vegas. Já estava com a data das férias em mente e, quando chequei a oferta para a data pretendida, páh! Tinha! E de Las Vegas a San Fran é um pulo. Comprei! De supetão! No susto! Voos Rio/Vegas/Rio garantidos. O resto, eu resolveria depois.
Mas, como ‘ansiedade’ é meu segundo nome, logo comecei a planejar meu roteiro, que deveria incluir San Francisco. Pesquisei, pesquisei, pesquisei e optei pelo seguinte trajeto: Las Vegas, San Francisco, Los Angeles, San Diego e Las Vegas de novo, pois meu voo de volta ao Brasil partia de lá. Então, comecei a reservar os hotéis (pelo Expedia, um site bem bacana, confiável e fácil de navegar) e comprar os voos. Aliás, os preços da hospedagem em Vegas são de impressionar, de tão baratos. Hotéis completos, com grandes quartos, área de lazer, diversos restaurantes, cassinos, capelas (cuidado quando beber demais!), shows e espetáculos, lojas, e atrações variadas como shoppings centers, circo, parque de diversões, e por aí vai…
Quando minhas férias chegaram, parti. Sozinha! Porque, já saibam de uma vez, companhia ou a falta dela não são empecilhos para que eu bote os pés na estrada. Inclusive, depois contarei aqui como é viajar sozinha! Mas, agora, vou contar de Vegas, que não era meu sonho de consumo no quesito viagens, certo? Agora é. E de novo e de novo. Apesar de que acho que uma única visita basta para conhecê-la. Mas revivê-la deve ser bom demais.
A emoção da viagem começa logo no voo, quando sobrevoamos o Grand Canyon. É incrível ver aquele imenso buraco no chão… lá de cima dá para ver perfeitamente um platô com grandes cavidades irregulares e um enorme deserto ao redor. Minutos depois, o avião começa a descer em Vegas.
Antes de aterrissar, é possível identificar alguns hotéis, como o Luxor, com sua grande pirâmide, e a torre do Stratosphere, a mais alta da cidade. Ao descer, o clima do deserto já nos dá as boas vindas. Seco e quente, muito quente. Mas abstraí, peguei um táxi junto com amigos do vôo (o aeroporto é praticamente no meio da cidade, então, esse é o melhor meio de transporte) e fui direto ao meu hotel, o Excalibur, localizado na Las Vegas Boulevard, mais conhecida como The Strip – aquela avenida principal da cidade, onde se concentram a maioria dos hotéis, lojas e restaurantes. Inclusive, se for a Vegas, opte por um hotel nesta avenida ou bem próximo dela, pois é possível fazer muita coisa a pé e você fica no meio do burburinho!
The Strip vista da Torre Eiffel
Ao entrar no hotel, dei de cara com um enorme casino. Chega a ser difícil localizar o balcão do check-in, de tanta gente, máquinas e roletas. E é assim em praticamente todos os hotéis. A cada passo, um casino. Como não sou muito fã de jogos, não fiquei presa a eles, mesmo porque, não tive sorte de principiante e não ganhei nem meio centavo. Mas, para quem gosta, é um prato cheio!
Mas a sinalização é bem boa e, como é uma cidade que vive do turismo, sempre há algum funcionário do hotel simpático e pronto para ajudar. Fiquei em um andar alto e fui direto para a janela, que me dava uma bela visão de toda a avenida. Em seguida, desci para conhecer o hotel, o que é bastante importante e interessante também. É bom saber o que eles oferecem, pois, caso precisemos de algo, às vezes nem é necessário ir para a rua. Além de que o próprio reconhecimento da área já é um passeio.
Fui então bater perna pela The Strip. E haja perna. Como as ruas da cidade são muito largas e movimentadas, quase não há faixa de pedestres. Para atravessá-las você sobe escadas rolantes, escadas comuns ou pega elevadores que te levam até uma passarela que cruza as avenidas por cima. E, por muitas vezes, ao sair das passarelas, você é obrigado a entrar nos hotéis para chegar novamente às ruas. Mas não se preocupe com isso, pois em Vegas as grandes atrações são os hotéis e resorts. Grande parte da sua viagem será dentro deles.
Caminhei bastante. Passei pelo New York New York, que tem várias montanhas-russas circulando suas torres; o MGM Resort, onde há o espetáculo ‘Kà’, do Cirque du Soleil; logo ao lado, o Show Case Mall, com centenas de lojas, e a M & M’s World, paraíso para nós, chocólatras. Passei ainda pelos hotéis Monte Carlo, Mandarin Oriental, Cosmopolitan, Aria e Planet Hollywood. Há também as lojas e restaurantes que valem uma visita como o Harley Davidson Cafe, o Miracle Miles Shops. E, dando uma volta pelos malls, percebe-se que as compras na cidade valem a pena. Mas calma. Não saia comprando tudo o que vir pela frente, pois ainda virá a parte dos outlets.
Escadas rolantes são os principais ‘meios de transporte’
Continuando minha caminhada, cheguei ao hotel Paris Las Vegas. De cara já gostei, pois tem uma enorme Torre Eiffel na frente, onde podemos subir até o topo e ter uma vista maravilhosa da cidade.
Cheguei lá pouco antes de escurecer e peguei o horário mais incrível: quando as luzes de Las Vegas começam a aparecer, dando um colorido mágico à cidade. Aproveitei e assisti lá de cima, de camarote, ao Fountains of Bellagio, um show de águas e luzes que acontece diariamente, de 30 em 30 minutos durante a tarde, e de 15 em 15 à noite, no lago artificial construído em frente ao hotel Bellagio. Vale lembrar que no Bellagio também há outras atrações, entre elas o espetáculo ‘O’, do Cirque du Soleil.
Depois desci e não resisti aos encantos do restaurante localizado no Paris Las Vegas, chamado Mon Ami Gabi, um restaurante lindo, a cara de Paris, onde, claro, a cozinha é francesa. Não consegui mesa na varanda, voltada para a The Strip. Mas não me importei. Só pelo aroma já estava satisfeita. Comi um steak au poivre (amo essas pimentinhas) com batatas fritas. De comer rezando. Fica aqui uma dica imperdível. Em outra ocasião, voltei lá para comer a Caesar Salad, que adoro! Também de comer rezando. Ainda servem café da manhã, sobremesas e cardápios glúten free para os adeptos das refeições saudáveis! Se fosse hoje, optaria por esses! Apesar que durante uma viagem não podemos ficar obcecados, certo? Temos que experimentar os sabores! Voltei ao hotel já no começo da madrugada, por volta de 1h. Mas o burburinho das ruas continuava na mesma intensidade. A cidade não dorme. Funciona 24h, com cassinos e baladas fervendo de gente.
No dia seguinte, acordei com dois objetivos principais. O primeiro deles, ir até aquela placa luminosa ‘Welcome to Fabulous Las Vegas’. Não foi difícil descobrir onde ela fica. Na própria The Strip, sentido sul. Caminhe em direção aos hotéis Luxor e Mandaly Bay e continue até o Bali Hai Golf Club. Pronto! A placa fica logo ali. De um lado escrito ‘Welcome to Fabulous Las Vegas’ e do outro ‘Drive Carrefully. Came Back Soon’. Lá fica um rapaz tirando fotos dos turistas. Ele até sugere algumas poses, mas vocês podem fazer a que quiserem, que ele faz os cliques. Vale a caminhada.
Na volta, peguei o ônibus Deuce Bus, que percorre a The Strip de cima em baixo, durante 24h. E o bacana é que você pode comprar os tíquetes, nas maquininhas presentes no próprio ponto de ônibus, e usá-los quantas vezes quiser por 24h, 3, 5 ou 30 dias. Bem econômico, prático e confortável, uma vez que os ônibus são de dois andares e com ar-condicionado.
Desci em frente ao MGM Resort, pois queria resolver meu segundo objetivo: ir até a loja Grand Canyon Experience comprar meu passeio para aquele lugar que, lá do céu, já havia me encantado. São diversas opções de passeios. De avião, de helicóptero, de ônibus, de van, com barco, etc. Além disso, você pode optar pela parte do Grand Canyon que quer conhecer: norte, sul ou oeste. Tinha a ideia de ir àquela que tem o Skywalk, a ponte de vidro que ‘invade’ as fendas no chão. Mas, por indicação de várias pessoas que eu havia pedido opinião, acabei optando pelo lado sul que, segundo elas, é o mais bonito. Então comprei meu passeio para o dia seguinte (que vale um post à parte) e continuei minha árdua (devido ao calor), mas animada, tarefa de explorar Vegas. Peguei novamente o Deuce Bus e fui perambular pelas atrações que ficam ao norte da The Strip.
Em frente ao Bellagio desci do ônibus, local onde tinha parado no dia anterior. Daí vem o Caesars Palace, famoso por ter servido de locação para as aventuras do trio maluco da comédia ‘Se beber não case’, além de ser maravilhoso por dentro e por fora.
Pelo hotel você tem acesso a um dos melhores shoppings da cidade, o Forum Shops. Dando uma volta por lá, descobri o paraíso: uma unidade da The Cheesecake Factory, parada obrigatória para quem gosta de doces. São diversas opções de cheesecakes, com variados tipos de chocolate, morango, Oreo, piña colada, peanut butter e várias outras. A loja também conta com restaurante e oferece diversos pratos que, confesso, não provei. Tentei voltar lá para experimentar, mas não era possível trocar as cheesecakes pelos pratos. Ou seja, o doce virou meu almoço. Sugiro provar as de peanut butter (manteiga de amendoim, o que é bastante tradicional na cozinha dos americanos), tiramissu e chocolate Godiva. Comi outras também e todas excelentes. Mas essas três são excepcionais.
Cheesecake de chocolate Godiva! Perfect!
Seguindo pela The Strip, você passa ainda pelo The Mirage, hotel onde é apresentado o espetáculo Love, do Cirque du Soleil, com a trilha sonora inteira com músicas dos Beatles, como All you need is love, Something, Get Back, Help, Lucy in the sky with Diamonds, entre outras. Esse, é claro, foi o que optei por assistir. Os ingressos não são muito baratos, variando de US$ 80 (com vista desfavorecida) a US$ 180. Fui na categoria C e fiquei bem feliz com a localização. O show é todo de acrobacias aéreas e danças. Vale a pena demais!
Mas, além do Cirque, há uma infinidade de outros espetáculos em Vegas, como os da Broadway, Jersey Boys, no Paris; ou Priscilla e Rock of Ages, ambos no Venetian.
Já meu terceiro dia foi dedicado à ida ao Grand Canyon, que, como comentei antes, vou contar em outro post. No dia seguinte, peguei o Deuce Bus e desci em frente ao The Venetian, que simula uma das mais belas cidades italianas. Lá na porta, é como se estivesse na praça de San Marco, com o Campanário e a Basílica de São Marcos; além da bela ponte Rialto.
No interior do prédio, um canal de verdade pelos corredores, onde turistas ficam passeando de gôndola, em meio às lojas e restaurantes. Quando olha para cima, o teto simula o céu, ficando difícil saber se é verdadeiro ou pintura, de tão bem feito. Não deixe de ir ao restaurante de cozinha asiática TAO. Peça o sashimi de salmão com abacate e cebolas crocantes e os sushis de camarão. Uma delícia os dois pratos. TAO também dá espaço a uma das mais famosas baladas de Vegas, que ainda pretendo ir quando tiver a oportunidade de voltar à Vegas. No The Venetian também há um shopping, o Grand Cannal Shoppes, com lojas luxuosas.
De lá, fui ao Fashion Show Mall, mais um dos inúmeros shoppings de Vegas e, depois, peguei o Deuce Bus e fui até o Premium Outlets North, para conhecer as lojas e pesquisar preços. Ainda não quis fazer compras, pois minha viagem estava apenas começando e ficar rodando com mala grande não é uma boa opção. Mas as tentações são muitas, com 150 opções de lojas e ótimos preços. Há também o Premium Outlets South, mas com menos lojas, por isso, nem cheguei a ir até lá.
Peguei o ônibus de volta e desci na Fremont Street, em Downtown. Lá é onde Las Vegas começou. São cinco quarteirões históricos, porém, não fique imaginando que verá construções antigas como nas históricas cidades brasileiras. O antigo de lá é diferente ao que estamos acostumados a ver na própria Vegas, andando pela The Strip, onde a modernidade toma conta do espaço. Mas, mesmo assim, as luzes e o vai e vem de gente é constante.
Em ‘old Vegas’ os hotéis são mais antigos, assim como os restaurantes e cassinos. Coincidência ou não, as pessoas que frequentam e se hospedam por lá são mais velhas. Há bares e atrações na rua durante todo o dia e noite. Mas, na minha opinião, lá vale apenas para um passeio. Não é um local onde eu ficaria.
Mais um sinal para o Deuce Bus parar, subi a bordo e segui para a frente do Treasure Island para assistir à apresentação Sirens of TI, um show que conta a história de sereias que atraem os piratas com suas melodias. A apresentação reúne música e fogos e acontece todos os dias às 19h, 20h30 e 22h.
No dia seguinte, dei sequência à minha viagem, passando por San Francisco, San Diego, Los Angeles (que também vou detalhar em outros posts), para, então, voltar a Las Vegas, onde fiquei por mais dois dias antes de voltar ao Brasil. Aí sim, voltei ao outlet para fazer compras, inclusive de uma nova mala para trazer de volta as novas aquisições.
Também aproveitei para pegar uma balada em Vegas, no Rain Nightclub, no hotel The Palms. A noite é bastante animada e os DJs agitam as pistas com house music até altas horas. Lá não é cobrada entrada, no entanto, o valor deve estar embutido no preço dos drinks, que são bem salgadinhos. E baladas em Vegas é o que não falta. Outras famosas são Haze, no Aria; XS, no Encore; LAX, no Luxor; Hakkasan, no MGM Grand; Tryst, no Wynn Las Vegas; The Act, no Palazzo, e mais uma infinidade de nightclubs.
No último dia fui ao PBR Rock Bar & Grill, onde os turistas podem se aventurar em um touro mecânico no meio do bar. Os pratos também são uma delícia, como o frango defumado com quesadillas.
Depois segui para o The Stratosphere, o hotel que conta com a mais alta torre de Vegas e, lá no topo, um parque de diversões com apenas quatro brinquedos, os Thrill Rides. Para se aventurar, você pode comprar os tíquetes de acordo com seu interesse. Cada um custa US$ 15, exceto o Sky Jump, que custa US$ 109. Nele, você desce lá de cima em queda livre, preso por um cabo de aço. Não foi dessa vez. Preferi encarar logo o que mais me pareceu assustador: o Insanity. As cadeiras ficam presas a braços que são levados para fora do prédio, se inclinam a 70 graus e ficam girando em alta velocidade. Com muita coragem, me agarrei à cadeira e consegui manter os olhos abertos, vendo Vegas aos meus pés. A sensação que tive é de que não sairia mais dali e parecia que não acabava nunca. Mas, como adoro adrenalina, gostei de mais essa experiência. Outras opções são o X-Scream e o Big Shot, porém, bem menos assustadores.
Saindo de lá, já era hora de voltar ao hotel, descansar um pouco e encarar o voo de volta ao Brasil, já com saudade de Vegas e das outras cidades maravilhosas que tive a oportunidade de conhecer. Esta viagem teve um bom resultado: mudou minha ideia sobre os Estados Unidos, fazendo com que passasse a ocupar um dos primeiros lugares na minha lista de países a serem visitados.
Ameeeei.. quero ir logo rs
Você vai amar ainda mais quando estiver lá!!! Boa viagem, Cris!
Oi Angelina, maneiro seu blog, tb não queria ir para Vegas, pois achava que não tinha nada interessante, fui somente para devolver a moto que tinha alugado para ir ao Grand Canyon, mas resolvemos ficar uns dias… Realmente a cidade me conquistou e como falam por aí: “é a Disney dos adultos”… Pela foto que vc postou, vc deve ter ido na Old Vegas na parte do dia, mas a noite é interessante pois o teto da rua, todo em led, fica passando shows diversos, muito maneiro de se visitar…
Parabéns pelo blog…
Olá, Alberto! Essa definição de Disney para adultos é ótima! Realmente a cidade é demais! Vou voltar para ir a Old Vegas à noite então!! E sua viagem de moto pelo Grand Canyon deve ter sido incrível! Bom que gostou do blog! Abs e obrigada!
Amiga, deu vontade de sair correndo para Vegas, agora!
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